Agradeço a todos e a todas que confiaram em mim e depositaram seu voto na urna. Tivemos uma votação expressiva, mas não foi suficiente para eleger. Agora é hora, mais do que nunca, de não esmorecermos e arregaçarmos as mangas para eleger a DILMA nossa Presidente, para o Brasil continuar mudando e não voltarmos aos tempo do atraso e do retrocesso.

CONTO COM VOCÊ! A LUTA CONTINUA....

Luis Vanderlei LARGUESA


Acessem também:

Página no Orkut dos amigos do Larguesa: http://www.orkut.com.br/Main#Profile?rl=fpp&uid=12417239803043432090

http://www.dilma13.com.br/

http://www.pt.org.br/

http://www.pt-sp.org.br/

Comunidade do PT/SBO: http://www.orkut.com.br/Main#Community?cmm=49652528

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Hilde (Zuzu) Angel abre o voto: ela quer Dilma presidenta!

Hilde Angel abre o voto: ela quer Dilma presidenta!

Pioneira na moda brasileira, a estilista Zuzu Angel marcou uma geração. Com estilo próprio, conquistou projeção internacional com peças coloridas e, principalmente, contestadoras. Por meio de sua arte, a costureira contou ao mundo o drama que vivia: o desaparecimento do seu filho Stuart, militante político que perdeu a vida lutando contra a ditadura militar. Stuart foi preso pelo regime e seu corpo jamais foi encontrado.

Sua irmã, a jornalista Hildergard Angel, conversou conosco e falou sobre as marcas que a época mais obscura do Brasil deixou na sua trajetória. “Eu trago na minha história uma memória muito triste de como morreram minha mãe, meu irmão e minha cunhada. E essa herança que eu trago é de enorme respeito aos idealistas que como eles deram suas vidas pela liberdade do país”.

A admiração de Hilde pelas pessoas que lutaram e ainda lutam pela democracia é um dos motivos que a fazem declarar apoio a Dilma Rousseff. “Uma pessoa que coloca risco a sua integridade física, que é presa, torturada e submetida a toda forma de cerceamento em nome de um ideal - e esse ideal não é para si, mas é para o próximo, é para seu povo -, essa pessoa merece todo o meu respeito”.

Para Hilde, se sua mãe fosse viva estaria levantando a bandeira de Dilma também. “Zuzu foi uma mulher muito especial e eu tenho certeza se ela estivesse viva, ela estaria na linha de frente. Carregando a bandeira pela Dilma Rousseff. Porque Zuzu sabia da capacidade da mulher. E ela saberia que esse é o momento da gente ter uma mulher competente ocupando a Presidência da República”.

Confira a entrevista!


Quem é Hilde Angel?
Eu sou uma mulher trabalhadora, que conquistou seu espaço com esforço, com muita luta e persistência. E que trago, na minha história, uma memória muito triste da maneira como morreram a minha mãe, o meu irmão e a minha cunhada, que foram assassinados pela ditadura brasileira. Meu irmão morreu na Base Aérea do Galeão, depois de uma sessão de tortura. Ele foi arrastado por um jipe, aspirando o cano de descarga da maneira mais cruel que podia cogitar.

A minha cunhada morreu com uma bala nas costas, depois também de uma sessão terrível de tortura. Ela sofreu muito! Arrancaram seus bicos dos seios. E a minha mãe enfrentou uma busca, uma luta para encontrar o filho dela nos quartéis militares e nunca conseguiu mais encontrá-lo. Depois, acabou sendo ela, depois que teve a revelação que o filho havia sido brutalmente assassinado pela ditadura, também assassinada. Foi um acidente provocado, provado apenas 22 anos depois de sua morte, pelo próprio governo brasileiro que reconheceu seu assassinato.

Essa é basicamente a herança que eu trago. E o enorme respeito que tenho pelos idealistas que deram a sua vida pela liberdade do nosso país, para libertar a nossa nação da opressão, da tirania ditatorial que viveram. Daí, vem boa parte da admiração que eu tenho pela candidata Dilma Rousseff. Porque uma pessoa que coloca em risco a sua integridade física, de ser submetida a prisão, a tortura, a toda forma de cerceamento em nome de um ideal - que não é para si, mas para o próximo, para seu povo -, essa pessoa merece todo o meu respeito.

A eleição de uma mulher que lutou contra a repressão, como seu irmão Stuart, tem um sabor especial para você?
Tem. Tem, sim. Mas não é só a parte afetiva, sentimental. Eu realmente vi isso de perto. Eu vi a coragem desses jovens, a ousadia do idealismo. Eles saíram das suas casas, foram arrancados em suas casas, em nome de seus ideais. Isso é muito especial, muito importante. O Brasil é um país de heróis e heroínas e isso nós devemos a esses jovens. Isso nós devemos as pessoas que naqueles anos tiveram o desprendimento de ficar na clandestinidade, de se afastar de seus entes amados em nome de tentar reconduzir o país a liberdade e a democracia. Eles tinham sim as suas opções políticas, ideológicas, mas o que os motivou a esse extremo foi porque não tiveram outra alternativa. Não foi dada outra alternativa senão a clandestinidade. Se estivesse dada a oportunidade do voto, da discussão, de continuar estudando, nós não teríamos tido tantos jovens que hoje fazem falta.

Você acha que os jovens de hoje têm menos interesse político?
Não acho que sejam menos comprometidos, acho que essa geração sofre a sequela daqueles anos - quando os pais tinham trauma de que seus filhos tivessem consciência política. Isso era um grande risco. Era um risco o envolvimento político, era um risco o envolvimento ideológico. Essa geração ainda sofre a sequela que não lhes foi dada a oportunidade do entusiasmo patriótico. Até porque, veja, as nossas Forças Armadas ficaram muito prejudicadas em sua imagem. Pelos excessos dos comandantes anteriores. Então, tudo isso deu a essa juventude do momento um desinteresse, um desânimo. Mas isso é só uma questão passageira. Eu acho que nosso país agora, nesse processo de liberdade que a gente vive, nesse processo de completa democracia do presidente Lula, eu acho que isso tudo irá modulando as futuras gerações a retomar o interesse do processo político brasileiro.

Sua mãe revolucinou a arte, usando a moda para protestar contra a repressão, contra a violência sofrida contra teu irmão. Como foi isso para você? O que você se recorda dessa época?
Eu era muito próxima da minha mãe nessa época. Eu tenho isso como se fosse hoje. A minha mãe, quando teve a notícia da morte do meu irmão, imediatamente mudou todos os desenhos do desfile que ia fazer no exterior e criou a primeira coleção de protesto político da história universal da moda. Na época era proibido, era considerado um crime você fazer denúncias no exterior sobre a situação política do Brasil. Como ela era muito criativa, e tinha agendado um desfile de moda na residência do cônsul geral de Nova Iorque, ela sabia que a residência do cônsul geral brasileiro é território brasileiro e qualquer denúncia que fizesse ali não seriam um crime. Eles não poderiam entrar num subterfúgio de crime para prendê-la no Brasil quando retornasse.

Ela imediatamente criou uma coleção de impacto, com vestidos bordados, com criancinhas presas atrás das grades, o sol nascendo quadrado, pombas da paz negras. Bordados muitos singelos, com traços como se fossem desenhos infantis. Mas justamente por essa simplicidade, por essa singeleza que tornou essas roupas tão poderosas em impacto visual. Além disso, ela fez vestidos com faixas de luto. Antigamente usava-se, quando alguém morria, uma faixa preta ou na manga ou na gola. Então, ela fez todas as roupas com faixa de luto. E essas faixas receberam bordados singelos também.

As manequins eram do Terceiro Mundo ou eram manequins de nações oprimidas. Vietnamitas, africanas, brasileiras...Tudo isso na residência do cônsul no Brasil. Ao som de As Bachianas número cinco, tocada pela minha irmã. Minha mãe vestida de luto fechado, minha irmã vestida de luto fechado. E foi um impacto extraordinário porque estavam presentes todos os correspondentes das agências internacionais. No dia seguinte, essa notícia foi veiculada internacionalmente em todos os grandes veículos. Foi um impacto enorme, uma mensagem de grande expressão. Uma denúncia enorme contra as atrocidades que eram cometidas aqui pela ditadura. Pouco tempo depois o ministro da aeronáutica perdeu seu posto e foi um caso em que minha mãe, com seu trabalho de costureira, de artista de moda, conseguiu derrubar os canhões. E isso incomodou bastante.

E essa vitória foi comemorada por vocês? Como que foi isso na época?
Naquele ambiente de perda não havia nem tempo para comemorações. Minha mãe era uma pessoa muito bem-humorada. Ela, ao mesmo tempo que chorava, ria. Era uma mistura entre choros e risos pela situação. A mamãe não tinha medo. Ela era seguida permanentemente. Quantas vezes na loja, quando estávamos lá, uma pessoa destacada pelo governo a seguia. Ela falava: ‘Eu não tenho medo. Vocês já atiraram na minha melhor parte que foi meu filho. Não tenho medo de vocês’. Ela era muito atrevida.

Você fundou o Instituto Zuzu Angel. Qual é o trabalho da instituição?
O nosso principal trabalho é uma pesquisa da memória de luta de Zuzu Angel e de Stuart Angel. Nós temos conseguido ao logo desses anos muitas realizações. Nós fomos a primeira ONG de moda criada no Brasil. A Zuzu Angel, além de ser essa mulher notável, a mãe coragem que ela foi e uma grande criadora de moda, ela também foi uma pioneira na moda brasileira. Ela foi a primeira a construir moda. A moda no Brasil, naquela época, era totalmente colonizada. Vestia o que era determinada por Paris. A altura da banhinha, a cor, os tecidos, o modelo... tudo tinha que ser de acordo com o que era determinado pela França. Ela nunca concordou com isso. Achava que nós tínhamos a nossa história, as nossas cores, o nosso estilo de vida, a nossa alegria. E que não havia porque a gente ter que se vestir como eles lá. Então, ela criou a moda brasileira.

Como hoje a gente vê a moda brasileira com as rendas vindas do Norte, a moda brasileira com as cores tão vivas. A moda brasileira misturando materiais, misturando organzas puras com algodão. Com esses bordados típicos nacionais, com fuxicos, com xita. E a moda com temática brasileira. Que faz parte da nossa bagagem cultural. Ela teve coleções inspiradas em Maria Bonita e Lampião, e eu estou falando dos anos 60! Porque o que agora é considerado uma grande modernidade ela começou a fazer em 1960, à revelia de todo um contexto de moda que se contrapôs a isso. Ela fez coleções inspiradas na garota de Ipanema, nas mulheres renderas, enfim, ela fez várias coleções inspiradas em momentos, em fatos brasileiros. E por isso ela foi a primeira brasileira a exportar a sua moda para as grande lojas de departamentos americanos, em Nova Iorque.

por Mulheres com Dilma

Nenhum comentário:

Postar um comentário