Paulo Moreira Leite
Estive no estudio da TV Bandeirantes, ontem, para ver o debate dos candidatos ao governo de São Paulo. Poderia ter visto o encontro pela tV? Poderia. Mas perderia aquilo que só a presença nos estúdios proporciona — o bastidor.
Sentado numa das poltronas da platéia, você tem a chance de acompanhar as conversas entre candidatos, as trocas de sinais, os conchavos e até assistir acertos no calor da hora. Você enxerga o debate em seu conjunto, com os seis candidatos em movimento — e não em imagens inviduais isoladas.
Essa visão de quem se encontra por trás das cortinas, digamos assim, ajuda a entender o que será a campanha em São Paulo. Geraldo Alckmin é um candidato fortíssimo, com aprovação nas alturas. Se a eleição permanecer como está, poderá até levar o pleito no primeiro turno — hipótese que parece frequentar mais o mundo dos desejos tucanos neste momento do que a realidade pura e dura de uma eleição de verdade.
A verdade é que a eleição deve ser resolvida no primeiro turno no Rio de Janeiro e também em Minas Gerais. É impossível que também seja assim em São Paulo? A campanha dirá.
Aloizio Mercadante está em segundo lugar, entre 15% e 20% das intenções de voto. Deve subir para mais de 30% com o horário político e chegar à r a marca histórica do PT. A dúvida é se Mercadante reunirá votos para conseguir levar a eleição para o segundo turno e se conseguirá superar índices de rejeição que o impedem de ir além de uma marca boa paradisputar uma eleição mas insuficiente para garantir a vitória.
Os bastidores do debate explicitaram o mapa de interesses e estratégias. Com gestos de mão e sinais de cabeça, Alckmin e o verde Fábio Feldman combinaram intervenções trocadas, em que um candidato se compromete a fazer perguntas para o outro. Não vi gestos semelhantes entre Celso Russomano e Mercadante mas não era preciso. Da mesma forma que Alckmin e Foldman, Mercadante e Russomano faziam
perguntas amigas. O mesmo ocorreu com Paulo Skaf, do PSB. No jargão do jornalismo, um levantava a bola para o outro chutar.
Paulo Skaf foi poupado. Era de se imaginar que pelo menos Paulo Buffalo,
do PSOL, resolvesse questionar o posicionamento de Skaf em dois pontos importantes da política recente. Skaf foi um dos patrocinadores da mobilização da oposição que derrubou a CPMF na câmara, desfalcando a saúde pública de uma bolada de 30 bilhões de dólares. Skaf também foi o grande adversário das negociações em torno da jornada
de 40 horas. Havia um acordo em negociação na Câmara, Skaf fez oposição frontal e o assunto morreu.
Eu acho que o público de um debate — uma platéia minuscula na fase atual da campanha — não quer ações entre amigos. Quer ver os candidatos testados em momentos difíceis, desafiadores. Nesse aspecto,
três candidatos se destacaram. Alckmin foi colocado no pelourinho e conseguiu dar respostas a boa parte das críticas recebidas. Mercadante atingiu o fígado do PSDB ao ler um documento em que José Serra criticava a herança que recebeu de Alckmin na educação.
Apesar de minha alergia ao malufismo e sua herança, acho que Russomano foi o destaque da noite. Falou bem, com clareza e simplicidade, sem ser chato nem didático em demasia. Jamais elevou o tom de voz embora
fizesse afirmações fortíssimas. Tinha documentos para provar o que dizia sobre os salários dos médicos da rede pública — e exibí-los no vídeo é um gesto com tanta força dramática que as regras de muitos debates costumam proibir esse tipo de cena. Com 10% de intenções de voto, Russomono pode ser a chave da eleição paulista. Seu crescimento pode levar o pleito para um segundo turno.
Fonte:http://colunas.epoca.globo.com/paulomoreiraleite/2010/08/13/no-bastidor-de-um-debate/?utm_source=feedburner&utm_medium=email&utm_campaign=Feed%3A+Epoca-VamosCombinar-PauloMoreiraLeite+%28%C3%89POCA+-+Vamos+Combinar%29
Agradeço a todos e a todas que confiaram em mim e depositaram seu voto na urna. Tivemos uma votação expressiva, mas não foi suficiente para eleger. Agora é hora, mais do que nunca, de não esmorecermos e arregaçarmos as mangas para eleger a DILMA nossa Presidente, para o Brasil continuar mudando e não voltarmos aos tempo do atraso e do retrocesso.
CONTO COM VOCÊ! A LUTA CONTINUA....
Luis Vanderlei LARGUESA
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