18 de outubro de 2010 • 21h26 • atualizado às 21h40
O tucano fez coro a Serra e afirmou que também conhece o ex-diretor pelo apelido
Foto: Fernando Borges/Terra
O ex-diretor da Dersa Paulo Vieira de Souza, conhecido como Paulo Preto, que teria fugido com R$ 4 milhões da campanha do PSDB, segundo denúncias, voltou a ser o centro das atenções durante a gravação do programa Roda Viva, na TV Cultura, com o senador eleito pelo PSDB de São Paulo, Aloysio Nunes Ferreira, na tarde desta segunda-feira (18). O tucano classificou Paulo Preto como um "tocador de obras", negou que ele tenha participado de qualquer ato de arrecadação ilegal, mas confirmou que o tenha procurado para receber um empréstimo de R$ 300 mil para a compra de um apartamento.
Adotando linha parecida com a de Serra - que afirmou não conhecer o ex-diretor pelo apelido de Paulo Preto -, o senador disse: "converso com o Paulo há mais de 20 anos, sou amigo dele. Nossas famílias são amigas e nunca ouvi falar desse apelido". Questionado sobre uma possível hesitação do presidenciável tucano em falar sobre o assunto nos debates, o entrevistado negou. Para ele, Serra se explicou de forma clara para imprensa.
Sobre o empréstimo pedido a Preto, a quem classificou como "amigo", o tucano afirmou: "Era um engenheiro que era bem sucedido em sua vida profissional (...), um homem rico, entendeu? E a quem eu recorri efetivamente para completar um recurso que eu precisava para comprar o apartamento onde eu moro".
Segundo Aloysio, ele abriu um financiamento na Caixa Econômica Federal, mas não tinha condição de completar, de fazer um outro financiamento sob pena de perder o negócio. No entanto, mesmo admitindo proximidade com Preto, o senador negou que ele tenha pego dinheiro da campanha tucana, mas afirmou não botar "a mão no fogo" nem pelos próprios filhos.
Ainda na avaliação do senador mais votado do Brasil, o ex-diretor do Dersa fez um bom trabalho no governo. "O Rodoanel é uma obra fantástica, é uma obra que foi aprovada do ponto de vista ambiental, do ponto de vista contábil, financeiro".
O senador disse ter conversado com o ex-diretor após o caso ter tomado os meios de comunicação e que está "magoado" com as repercussões negativas relacionadas com seu nome. "De repente, o nome dele virou símbolo do mal. E acaba misturando com essa bandalheira incrível que o PT montou na Casa Civil". Apesar de assumir o empréstimo feito junto ao engenheiro para aquisição do imóvel, o ex-chefe da Casa Civil paulista negou qualquer envolvimento do "amigo" na arrecadação de sua campanha, que segundo ele, foi feita pessoalmente.
Acusações
Trazido para o centro da campanha pela candidata petista, Dilma Rousseff, durante o primeiro debate com Serra, na Band, no último dia 10, já na disputa pelo segundo turno, o PT tem tentado colar a imagem do ex-diretor da Dersa ao adversário insistentemente. Na propaganda eleitoral do partido de Lula desta segunda (18), por exemplo, mais uma vez o engenheiro foi destacado. "O Paulo Preto foi acusado por líderes do próprio PSDB de desviar R$ 4 milhões doados para um suposto caixa dois da campanha de Serra. No último dia 11, Serra negou o sumiço do dinheiro e garantiu que nem conhecia o Paulo Preto. O acusado não gostou e, pela imprensa, mandou um recado a Serra: 'não se larga um líder ferido na estrada a troca de nada. Não cometam esse erro'", disse a locutora.
Após o caso ser relembrado, a apresentadora do programa continuou: "Serra entendeu a mensagem e no dia seguinte mudou de opinião, afirmou que conhecia Paulo Preto e ele era totalmente inocente. Afinal de contas, quem é o Serra verdadeiro? O do dia 11, que disse não conhecer Paulo Preto, ou o do dia 12, que disse que conhecia Paulo Preto e que ele era inocente?".
- Redação Terra
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